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Eu acredito...

por ornitorrincoquantico, em 22.10.09

 

Eu acredito no amor.

 

Eu acredito no ser humano.

 

Eu acredito no que as pessoas falam, mesmo quando elas mentem e eu sei que elas mentem mas mesmo assim acredito.

 

Eu acredito na amizade.

 

Eu acredito nos meus sonhos.

 

Eu acredito que as pessoas possam mudar.

 

Eu acredito que possa haver amizade sem interesse amoroso ou sexual.

 

Eu acredito que se pode ser amigo mesmo quando descoberto que havia interesse amoroso (no caso sexual não).

 

Eu acredito que podemos ser felizes.

 

Eu acredito que a vida seja uma grande brincadeira.

 

Eu acredito que a paciência é uma dádiva e a compreensão um dom divino.

 

Eu acredito que o mais importante seja o mais simples.

 

Eu acredito que o melhor presente é a aquele que vem embalado com muito amor e carinho.

 

Eu acredito que no fim tudo dá certo.

 

Eu acredito que posso perdoar até meus maiores inimigos.

 

Eu acredito na fé.

 

Eu acredito no poder de um abraço.

 

Eu acredito que o universo se comunica com a gente nos pequenos detalhes e papos do dia-a-dia.

 

Eu acredito que tudo o que faço e já fiz por amor renderá algum fruto.

 

Eu acredito no poder de saber esperar e ter paciência.

 

Eu acredito no poder da imaginação.

 

Eu acredito que o melhor de uma pessoa é sua alegria, carinho, dedicação e criatividade.

 

Eu acredito que a aparência é um reflexo de quem você é.

 

Eu acredito que a idade, o sexo, a cor, o tamanho e todas as outras nossas características externas não importam, porque no fim todos seremos iguais.

 

Eu acredito que é importante ter uma religião e professá-la.

 

Eu acredito no poder dos rituais e das práticas religiosas.

 

Eu acredito no poder da palavra.

 

Eu acredito posso vencer na vida fazendo o que é certo.

 

Eu acredito que é importante acreditar, pois quando se acredita tudo se torna realidade.

 

Eu acredito mais nas crianças e nos velhos do que nos jovens e adultos.

 

Eu acredito que a sabedoria nasce de sementes que caem em nós ao longo da vida. Por isso acredito que possam existir sábios de 3, 10, 20, 30... anos.

 

Eu acredito que sempre vou ser ignorante, por mais que eu estude.

 

Eu acredito que vou sempre acabar mentindo, uma hora ou outra.

 

Eu acredito que mesmo que eu concerte um defeito meu, outro vai aparecer.

 

Eu acredito que vou sempre vou acabar magoando alguém.

 

Eu acredito que vou sempre errar.

 

Eu acredito que o erro me torna melhor.

 

Eu acredito que o erro me ensina a pedir perdão.

 

Eu acredito que a educação é realmente pela pedra.

 

Eu acredito na educação.

 

Eu acredito na educação.

 

Eu acredito na educação.

 

Eu acredito no poder da leitura.

 

Eu acredito no poder de uma conversa.

 

Eu acredito no poder de um desabafo.

 

Eu acredito no poder das minhas lágrimas e consequentemente dos meus sorrisos.

 

Eu acredito que posso te ajudar.

 

Eu acredito que você pode me ajudar.

 

Eu acredito que somos irmãos.

 

Eu acredito que existe algo muito além do arco-íris.

 

Eu acredito que nunca vou entender o outro.

 

Eu acredito que nunca vou me entender.

 

Eu acredito que o que eu faço por amor sempre acaba dando certo, mesmo que não da maneira que eu queria.

 

Eu acredito que amo você.

 

Eu acredito que você me ama.

 

Eu acredito em você.

 

Enfim...

 

Das duas, uma...

 

...ou estou fadado ao fracasso...

 

...ou sou um louco.

 

Crédito da foto:

Nuno Manuel Baptista - Site Olhares

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publicado às 13:27

Saudade e Amor

por ornitorrincoquantico, em 17.09.09


Esta é uma crônica de colagem. Fiz uma pesquisa com termos sobre amor e saudade nos blogs de amigos que acompanho e com os resultados construí essa história. Uns 85% do conteúdo é de autoria deles, o restante foi completado e costurado por mim. Espero que gostem do resultado, eu achei fantástico.

 

 

Saudade e amor

 

Hoje bateu uma saudade.

 

Saudade. Palavra que só existe no português... ah! E eu ouvi há não muito tempo que saudade não é exclusividade nossa. Recentemente, uma pesquisa entre tradutores britânicos apontou a palavra "saudade" como a sétima palavra de mais difícil tradução.

 

Por que estou escrevendo sobre saudade? Senti saudade, só isso. Não existe nada para ser falado neste momento... mas só de falar nela já dá aquela saudade né?

 

Eh, de repente a saudade chegou... e a saudade, moço, que é que a gente faz com a saudade, com o buraco no peito?

 

Há um ano começava o planejamento da minha melhor aventura!! Baita saudade! (Saudade essa que não me deixa e só cresce a cada dia)... saudade da Lilo, Cacá, Dê, Ib, Vicky, César, Charles na 'baladinha do Market Place' aonde rolou até Algodão Doce no Carrossel... Da Nati no Xingú, de um montão de gente do Ultra, enfim... momento nostalgia... ainda bem que sempre tem a internet, a webcam e o telefone pra matar a saudade. Saudade de você... eu estava aqui pensando em fazermos uma reunião aqui no meu apartamento. Ai, amigo, só de pensar nessa viagem pra Floripa e o quanto nos divertimos, eu choro de saudade. Embora não creias, sempre passo por aqui para recordar. Nossa tu tá do outro lado do mundo e te adooooooooooooooro! Ninguém merece morrer sem ver o outro lado do mundo, né? Mas você também está guardado no meu coração! Ai que saudade de jogar desodorante spray em você... não tem graça jogar spray na Alessandra... ela sempre desmaia com o cheiro...

 

Sinto saudade do meu tempo de criança... Quando os problemas nem existiam. Saudade de uma cachoeira da infância. Saudade dos bolinhos de chuva e das canaletas construídas na areia encharcada da madrugada. Saudade de dançar numa 'sala de reboco', saudade dos meus cães (A saudade dos cachorros foi claramente demonstrada com lambidas, patadas...)... também muita saudade do meu velho ídolo Tim Maia! Que saudade imensa da minha irmã. Também a amo muito. Ok, ok, foco nas sensações...

 

Me disseram que saudade é o amor que fica e que acontece muito quando uma pessoa que devia estar perto está longe.

 

Sentir saudades é pensar nos doces e deliciosos momentos de amor. Mesmo os que não existiram mas a gente quer que existam um dia. Saudade de saber que tem alguém ali, que existe só pra você e de acordar dando beijo sem se importar com o gostinho ruim. Mas amar dói, porque é inevitável que você sinta coisas como ciúme, angústia, saudade...

 

Você ama alguém? Eu pergunto aqui do amor homem x mulher (ou do amor homem x homem, mulher x mulher...). Essa coisa de saudade me recorda o amor mais puro que eu já conheci. Oh, meu Deus! Eu vou sentir saudades dele. Ainda não posso imaginar a vida sem ele. Mas eu acredito que Deus vai ajudar. Queria apenas mais declarações de amor...

 

Vou contar uma coisa. Uma história de amor. Que me contaram. E agora eu vou contar. Os dois viveram um amor proibido. Moravam em alas separadas em um asilo em La Paz, na Bolívia, quando se conheceram. Queriam conhecer lugares novos, aprender coisas novas, enxergar outros azuis. Mas não se declararam, pois quando se declara um amor, a responsabilidade nisso é tão grande! Na década de 40, por exemplo, era charmoso os casais apaixonados se declararem envoltos numa nuvem de fumaça enquanto trocavam juras eternas de amor. Mas eles não poderiam assumir essa responsabilidade naquele momento.

 

Às vezes perdemos um tempo enorme e precioso na vida, atrás de um carinho e amor, que aquela pessoa não pode te dar.


“Resista...” – é o que um deles pensava diariamente.

 

“Existe amor a primeira vista...e existe desamor também a primeira vista... lembre-se do anjo que largou tudo pra viver um amor e acabou sozinho!” – era a angústia do outro.

 

“Ela era um amor de pessoa e estava sempre sorrindo, mas voltei a viver minha vida, achando que esse meu amor platônico não passaria de um amor platônico mesmo”.

 

Tem amor que sem dúvida é pra ser vivido, sentido, com todas as suas forças... Mas tem amor que você sabe que não é pra você, mas mesmo assim insiste em sentir. O amor é aprisionamento da paixão. Para o bem e para o mal. Sábios eram os gregos, que possuíam quatro verbos para falar em amar: erao, ligado estritamente ao amor erótico; filéo, o amor de amizade, de querer bem ao outro, de gostar; agapao, o amor ligado à satisfação de um desejo; e, finalmente, stergo, o amor cujo impulso básico é a proteção do outro.

 

A primeira vez que pensei sobre o amor foi exatamente porque questionei sobre se o que eu sentia era realmente amor. O amor, mesmo no auge da paixão, às vezes nos foge. Quando estamos amando, é óbvio que estamos utilizando o conceito de amor que temos dentro da nossa alma. E cada um vai ter que descobrir sozinho. É um mistério a ser decifrado! Alguém para decifrar pra mim? Agradeço muitíssimo e dou uma Paçoca Amor em retribuição.

 

O amor é presença perene no coração. Há ocasiões em que dói, como se o coração fosse comprimido pela mão da ausência. Ele tem que se fazer por merecer.

 

Questiona Charlie em uma das tiras dos Peanuts: "mas o amor não existe para fazer a gente feliz?" Nem sempre, Minduim, nem sempre. Na vida e no amor, não temos garantias.

 

"Buscar amor é buscar um novo começo, um novo ponto de partida na vida" – diziam os dois apaixonados. A história sem fim... Vamos assistir juntinhos este hino ao amor? Sem final trágico! Ainda não acabou...

 

Essa história de amor, de saudade... Sinto amor, sinto dor... sinto tudo. Socorro! - ... Preciso de tudo um pouco, há uma sede infinita em mim de amor!! Devo ter nascido do amor que há entre Deus e o Diabo. Ah, que ninguém me dê piedosas intenções, ninguém me peça definições! Ninguém me diga: "vem por aqui"!

 

Amor não é tudo em uma relação. É completamente necessário, mas não se consegue viver apenas por amar.

 

Mas amar é muito bom! E quanto ao amor, não que nós dependemos de alguém, mas acho que a vida sem amor é sem graça. Não tem coisa melhor do que sentir arrepio cada vez que pensa na pessoa… ahhhh A.D.O.R.O!!!

 

Lembro daquele dia (que só fui porque meu amor é o melhor e confio nele) quando minha mão se fez suada em tua presença... Teus olhos, até então invisíveis, se mostraram presentes, marcantes em minha vida. E continuam, até hoje. Como os olhos de um cachorrinho. Quem tem cachorro e cultiva amor diariamente por ele, sabe do que falo. A noite inteira minha cachorrinha fica "chororô". E eu também.

 

Quanto às personagens da história que contei desejo-lhes de coração uma vida repleta de paz, amor e alegria!

 

Quanto ao que eu sinto, é o amor que ele faz brotar em mim, que ele planta em mim, que me mantém vivo, respirando.

 

Saudade...

 

 

Blogs consultados: Nadja, Rosana, Evandro Santo, Sheila, Rebiscoito, Inagaki, Auki, Gleydson, Kika, Laura Gianini, Sol e Mulher 7x7.

 

Crédito da foto: Negateven - Portal Olhares

 

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publicado às 04:21

Pequena grande viagem de fim de semana

por ornitorrincoquantico, em 17.07.09

 

Dia desses acordei de um longo sono e olhei para o chão. Lá, vi o corpo de uma pessoa viva que se desligou do mundo real e se entregou à inércia, uma pessoa sem sonhos, sem perspectivas, sem planos... infelizmente, a gente não consegue mudar o destino de ninguém, não é simples mostrar a realidade para alguém que a nega.

 

Mas podemos fazer algo por nós. Percebi que não posso deixar a inércia me dominar e que o tempo passa rápido e, nesses dias contemporâneos, passa mais rápido ainda.


Então decidi planejar coisas a fazer de agora em diante até os próximos anos. Trabalhos,estudos, amores, família, amigos... enfim, vários planos, projetos e ideias.


E como projeto inicial decidi me dar um presente: uma viagem, um passeio livre, sem compromissos maiores. Nos últimos anos minhas únicas viagens foram para estudos ou provas, nunca para me distrair (tá, as viagens para as cidadezinhas próximas da minha cidade não contam...). Mas aí veio o primeiro obstáculo: como viajar se a minha grana está curta e até o momento não começaram meus novos trabalhos e o meu atual está indo para o fim? Então sentei, fiz algumas contas, pensei em quem eu conhecia e onde moravam, pedi ajuda a um amigo e cheguei ao seguinte resultado: daria para ir a São Paulo ou Campinas (ou as duas). Tenho vários amigos nessas cidades e há muito tempo que prometo visitá-los, então decidi o destino.


Faltava o quando. Abril não deu. Junho era perfeito, tinha a exposição da França no Masp que eu queria ver, mas o fim de semestre apertou. Aí só me restou julho, e mesmo assim teria que ser na primeira quinzena, antes de voltar para Minas (para os leitores que não me conhecem, eu sou de Passos-MG e moro atualmente em São Carlos-SP, onde estudo).


Julho então chegou e decidi que não poderia esperar mais. Mandei e-mails e recados por todas as redes sociais que foram possíveis para os meus amigos dessas duas cidades. Uma das minhas maiores motivações é que eu tenho alguns amigos, de um grupo de cinema que participo há muitos anos, e que moram em São Paulo. Seria uma oportunidade perfeita de os conhecer "presencialmente", principalmente porque comecei a fazer amigos virtuais em 2003 e até 2009 nunca tinha conhecido nenhum.


Os dias foram passando e me lembrei de um feriado que existe aqui em São Paulo que esse ano caiu numa quinta. Então meu plano inicial era: Campinas no feriado e na sexta e Sampa no sábado e domingo. Mas não deu para ser assim... Pra começar arrumei um pequeno trampo para fazer e que me consumiu a quinta e sexta, e muitos amigos não haviam me respondido ou já avisaram que não poderiam. Nesse momento lembrei de minhas aulas de gestão de pessoas e tentei conciliar as possibilidades de quem havia acenado favoravelmente.


Chegou então a noite de sexta e eu ainda não tinha nada acertado, minha única certeza é que no sábado eu acordaria de manhã e pegaria um ônibus na rodoviária. Poderia desistir, mas como bom leonino, sou teimoso, persistente e quando ponho algo na cabeça não é fácil tirar de lá. Quando foi dando 10 horas e eu ainda na espera de algumas pessoas, foi surgindo um pouco de medo e insegurança. Essa viagem, por mais boba que fosse, seria o pontapé inicial para a realização dos meus planos e se desse errado ou não acontecesse eu os veria desmoronar como castelo de cartas. Cartas. Precisava de um conselho rápido naquela hora e me lembrei do tarô. O tarô é um ótimo conselheiro e talvez ele poderia me ajudar.


Joguei. E o que deu? Saiu a carta do Louco, me dizendo que era o momento de eu me permitir algumas loucoras e me entregar ao desconhecido e também a carta Carruagem que me disse o seguinte:

 

 

O arcano da Carruagem emerge do Tarot como arcano conselheiro neste momento da sua vida, Rubens, sugerindo a importância de um maior controle emocional e do entendimento de que antes de querermos ter poder sobre o que (ou quem) quer que seja, é fundamental ter domínio sobre nós mesmos. Saia da inércia, passeie, viaje, conheça gente. É chegado o momento de se pôr em ação na direção das coisas e pessoas que você almeja conquistar. O mais importante, neste momento, é se mover. Ao invés de esperar que as coisas aconteçam, faça acontecer! Quanto mais você esperar, hesitando, maior a chance das oportunidades se esvaírem. Em alguns momentos, precisamos ter o máximo de senso de oportunidade... e alguma velocidade!

Conselho: Momento de agir!

 

E ainda recebi essa mensagem do meu mapa astral:

 

Sobre minha vênus (vênus é o planeta que rege a forma como nos relacionamos com as pessoas):

"É um bom momento para atividades sociais, Rubens. Convém sair mais com as pessoas, circular nos ambientes, fazer-se ver. Nunca se sabe quem se pode encontrar nestes movimentos, mas uma coisa é certa: serão pessoas benéficas, seja para a sua vida afetiva, seja para a sua vida profissional"

Sobre meu mercúrio:

[...] Viagens são favorecidas neste momento, assim como os contatos com amigos ou parentes que se encontram distantes.

 

E ainda dei uma olhada no I Ching, e saiu um "Água em cima, terra em baixo". O que significa? Prefiro não comentar...rzz... mas posso dizer que fala sobre o amor e diz muita coisa bonita . Mas para o tema desta crônica o importante foi a seguinte frase:

 

"[...] Neste momento, nada será resolvido apenas por você, pois perceberá que sua força aumenta à medida que você está ao lado de pessoas a quem você ama [...]"

 

E depois de todos esses conselhos eu poderia desistir? Mas nunca!!! E foi aí que recebi a confirmação de três pessoas.


Fiz três planos para essa viagem então. Quando estivesse em São Paulo eu tomaria a decisão final.

 

E assim chegou o sábado e lá fui eu para a rodoviária com meu caderninho amarelo de anotações e um rolo de pintar (depois explico...rzz). Peguei o ônibus e fui para São Paulo...


1° Estação: Av. Paulista, 15h15 no metrô Consolação, onde conheceria meu amigo virtual Michel Auki.

 

Cheguei em São Paulo sob uma chuva deliciosa. Eu adoro chuva. Houve um tempo em que detestava mas hoje não mais. Tá certo que chuva sempre trás alguns incovenientes mas vocês já repararam como ficamos bonitos molhados de chuva? E ela sempre nos pede calma, paciência e tranquilidade.

 

A chuva em Sampa não estava nem muito forte e nem muito fraca e a temperatura estava fria mas também não muito. Ou então eu estava tão nervoso com a aventura toda que nem reparei no frio. A rodoviária, como sempre, estava lotada de pessoas de várias partes do Brasil (e do mundo). Sentei um pouco em um banco e fui comer umas bolachas, embora não estava com muita fome, o que eu queria mesmo era olhar para as pessoas que estavam por ali. Adoro reparar nos outros, ver como se vestem, como falam, quem tá triste, quem tá feliz... é assim que alimento minha criatividade para criar os personagens de minhas histórias.

 

Olhei as horas e vi que faltava pouco para dar três horas. Hora de correr para o metrô.

 

Outra coisa que eu acho maravilhoso é o metrô. Nos anos em que cursei administração e passava por São Paulo para ir pra Santos o que mais adorava era andar de metrô. Um lugar cheio de pessoas, cheio de personagens em potencial. O único defeito do metrô e dos paulistas em geral é a pressa. Como esse povo corre... e a gente acaba correndo também, mesmo sem motivo.

 

Mas nesse dia o metrô estava diferente, não haviam muitas pessoas e muitas estavam até de bom humor. Enquanto observava o entra e sai de gente do trem reparei em mim e percebi o quão engraçado eu estava segurando um rolo de pintar na mão (calma, quando chegarmos na segunda estação eu explico). Aí me lembrei da carta do tarô e fiquei me perguntando se era apenas coincidência as associações que eu estava fazendo: eu era O Louco, o metrô A carruagem  e, o I Ching, água em cima era a chuva que caia na cidade, terra embaixo era o subsolo, o caminho do metrô. Que coisa...

 

Cheguei finalmente na estação Consolação, meu ponto de encontro com o Michel. Não irei explicar quem é o Michel e nem meus outros amigos nessa crônica, porque senão ficaria maior do que vai ficar e eu não teria material para minhas crônicas do "Diz-me com quem andas...", afinal eles entrarão lá com certeza. Acompanhem meu blog que vocês os conhecerão no futuro, OK?

 

Pois bem, cheguei na Consolação e olhei no celular: eram 15h15! Cheguei exatamente no horário programado, de uma pontualidade que eu não estou acostumado em minha vida. Mandei mensagem ao Michel e ele me disse que atrasaria um pouco por conta da chuva. Enquanto isso, fui conhecer a Av. Paulista. É incrivel pra gente que é capiau olhar para aqueles prédio enormes. E ela estava linda com a chuvinha que caia. Voltei para o metrô e fiquei esperando o Michel enquanto realizava a atividade que mais gosto: observar as pessoas. O lugar estava até um pouco vazio. E não era o único a esperar alguém, havia também um grupo de adolescentes que esperavam outro grupo de adolescentes. Sempre chegava um mas nunca chegavam todos. E a conversa que eles tinham era ótima, tinha que me segurar para não rir e para que eles não percebecem que eu ouvia. Também apareceu um casal de rapazes gays que se despediram e se beijaram apaixonadamente, um outro rapaz de cabelos com drads andava de um lado para o outro inquieto, uma funcionária da segurança conversava distraidamente com outra e aí um rapaz passou e eu pensei que era o Michel. Corri atrás dele e reparei que ele estava procurando alguém. Só podia ser o meu amigo. Mas não era e eu fiquei morrendo de vergonha. Mas era muito parecido com o meu amigo, demais, só tinha o cabelo um pouco maior mas o rosto era idêntico.

 

Voltei a esperar e a observar o povo até que o Michel chegou. Ele foi super simpático e a primeira coisa que me perguntou foi sobre o bendito rolo de pintar. Ele disse que por causa desse rolo ele tinha certeza que eu era maluco MESMO...rzz

 

Nosso tempo seria muito curto, infelizmente. Mas conseguimos conversar sobre muitas coisas e eu pude saber um pouco sobre os projetos dele, como a viagem para a Austrália que ele fará mês que vem para estudar inglês. Conversamos, conversamos, conversamos e logo nos despedimos. Fui então comer em uma padaria indicada pelo Michel, chamada Bella Paulista. Gostei tanto do folheado que eu comi lá que vou até fazer propaganda deles, se forem na Paulista, vão na R. Haddock Lobo, 354 e peçam esse maravilhoso folheado e também as outras delícias que tem lá. O atendimento é ótimo e o preço também.

 

Voltei para a Rodoviária e era hora de decidir. Tinha 3 caminhos. Pensei, refleti e decidi pelo caminho que me levaria à Campinas.

 

2° Estação: Rodoviária de Campinas, 18h30, encontrar com meu amigo de alojamento na UFSCar, o Alexandre.

 

 

Agora vocês entenderão o porque do rolo de pintar. Não! Não é porque eu sou enrolado, é porque o Alexandre é pintor e ele havia levado seu material para nosso alojamento para pintar lá. Foi a última coisa que ele fez antes de deixar São Carlos e voltar para Campinas, só que ele esqueceu o seu melhor rolo lá em casa. Quando eu liguei na sexta perguntando se ele me receberia em sua casa ele disse que sim e me pediu que levasse o seu rolo, pois ele estava fazendo falta. Foi por nossa amizade e por saber o quanto ele precisava desse rolo que optei para realmente ir a Campinas. Desisti então do meu encontro com o pessoal de cinema, que ocorreria no domingo. Tenho certeza que terei outras oportunidades futuramente.

 

Voltando à história, cheguei em Campinas às 18h45. Pensei: dessa vez não fui pontual. Que nada, eu cheguei no exato momento em que o Alexandre chegou para me buscar. Eu sai da escada rolante e ele apareceu no muro me procurando. Incrível!!!

 

Fomos de ônibus até sua casa e lá conheci sua mulher, a Angélica, que é um encanto de pessoa. Conversamos muito e fui tratado muito bem por lá. E matei a saudade de ver televisão, fazia 2 meses que não via (um invejoso e mal comido que mora comigo cortou o fio da minha velha TV há algum tempo, por isso fiquei sem TV). Conversamos, conversamos, conversamos e eu assisti muita coisa legal. Durante a noite revi Procurando Nemo que é um filme que adoro e que nunca me canso de dar risada e de me emocionar. O Alexandre também preparou muita coisa gostosa pra gente comer, tive meu dia de rei...rzz

 

No dia seguinte passei a manhã com a Angélica assistindo seriados e conversando sobre seriados e vilões de novela. Relembrei as séries que eu assistia quando pequeno como Alf, Profissão: Perigo e A gata e o rato. Ela disse que eu era a primeira pessoa que ela conhecia que se lembrava do Alf. Como pode existir gente nesse mundo que não conhece o Alf??? Depois relembrei das séries que assistia na adolescência como Louco por você (Mad About You) e Angel e as séries que acompanhei e ainda acompanho como Dr. House, Supernatural, Arquivo Morto, 24 horas, Gray's Anatomy e Ugly Betty.

 

Enquanto isso passava na TV um episódio de Private Practice, com a Kate Walsh (adoro essa mulher!!!). Nossa, mas que dramalhão é esse seriado, nem novela da globo é assim!!! Pra começar houve uma troca de embriões, duas mulheres ficaram grávidas com o filho da outra. Uma quer tirar e a outra, que não pode mais ter filho, quer ter. Aí a que quer tirar quer que a outra tire também mas ela não tira porque é sua única oportunidade de ser mãe. Enquanto isso uma psiquiatra grávida recebe a visita de uma paciente que a seda do pescoço para baixo e diz que vai tirar seu filho porque ele seria dela na verdade. E a doida levou todos os instrumentos para roubar o filho da outra. Que coisa!!! Nem preciso dizer a cara que o Alexandre fez quando a gente contou a história a ele...rzz O pior de tudo é que o episódio acabou quando a moça ia enfiar a faca na barriga da grávida. Droga!!! A Angélica ficou incubida de me contar o que acontece...hahaha

 

Depois fomos assistir o programa de culinária do Jamie Olivier. Esse cara é incrível na cozinha e faz tudo parecer muito fácil de fazer. Eu gosto de cozinhar e ele estava fazendo um especial sobre pizzas. Adorei, aprendi muita coisa e quero testar depois na minha casa em Minas. Em seguida, assistimos a um filme que até aquele momento eu ainda não havia visto inteiro, que é o "Como se fosse a primeira vez", sobre a moça que tem a memória fraca e que não consegue se lembrar de nada do dia anterior depois que acorda e um rapaz se apaixona por ela. É realmente um filme lindo e tocante. O curioso é que a personagem desse filme lembra a Dolly de Procurando Nemo, que eu havia revisto. E isto me fez lembrar de um antigo conselho que um amigo me deu há anos atrás quando eu estava numa depressão terrível: nessa vida devemos ser como a Dolly, mas só que com relação as coisas ruins que nos acontecem. Devemos esquecer de tudo o que foi ruim que nos aconteceu e olhar para a vida sempre para frente, como um caderno em branco a ser preenchido.

 

Nunca esqueci desse conselho e esse dois filmes me fizeram lembrar disso e perceber que eu havia finalmente aprendido a lição.

 

Voltando à história, em Campinas eu ainda queria encontrar a Laura, minha amiga de faculdade, e minha prima Viviane, que agora mora lá. Liguei para a Laura e ela não estava em casa, deixei recado. Mandei uma mensagem para minha irmã em Passos para ela me mandar o número do telefone da Vivi. E ela me mandou. Mandou o número de OUTRA Viviane. Outro mico, como aquele do metrô. Só rindo mesmo...

 

Mas depois ela me mandou o número correto e falei com a Vivi, marcando um horário à tarde pra gente se ver. Me arrumei, peguei minha mochila, meu caderninho amarelo e me despedi da Angélica e do Alexandre, que me levou até o ponto de ônibus.

 

3° Estação: Macro da Santos Dumont, 16h30, onde encontraria a minha prima Viviane e seu marido Leopoldo.

 

 

E mais uma vez cheguei no momento exato. No momento em que desci do circular minha prima e seu marido apontaram na passarela. Fomos então para sua casa que era logo ali perto.

 

Eles são de Guaxupé-MG, e só fiquei sabendo que eles estavm morando em Campinas recentemente. Então me surpreendi quando eles contaram que chegaram em Campinas em fevereiro com a cara e a coragem. Tinham apenas R$400,00 num bolso e um monte de dívidas no outro. E um objetivo: arrumar um emprego que pagasse melhor do que eles ganhavam em Minas e que possibilitasse eles formar um lar. No início contaram com a ajuda de alguns amigos que deram abrigo e todos os dias bateram perna atrás de trampo.

 

E conseguiram! Estão trabalhando em uma mesma empresa, ganhando bem, alugaram uma casa, pagaram as dívidas e estão construindo aos poucos seu lar. Incrível!!!! Fiquei admirado com a coragem e a garra deles.

 

Eu disse para minha prima que quando eu era pequeno sempre achava ela muito mais velha do que eu e que com o tempo essa diferença foi diminuindo, ao ponto de hoje praticamente não existir (são apenas 4 anos de diferença). Ela também disse que essa impressão ela tem com minha irmã.

 

O melhor desse nosso encontro é que eu descobri que tenho um casal que além de serem meus primos são meus amigos. Ela me contou e desabafou de coisas alegres e também tristes. Conversamos, conversamos, conversamos e ainda falei com minha irmã e sobrinhos pelo MSN do notebook da minha prima. Depois fomos ao shopping bater perna e comer alguma coisa.

 

Também contei a ela sobre alguns dos meus projetos e do sonho de escrever dois livros, um infantil e um adulto. Eles adoraram a história dos dois e ainda me deram uma personagem de presente. Aliás, o que eu mais consegui nessa viagem toda foram personagens para minhas histórias. Também adorei saber que minha prima adora ler e que sempre que dá compra um livro. Ganhei uma companheira de leitura!

 

Ah, não se preocupem, no shopping nós comemos no Habibs, não no McDonalds. Não, ainda não era a hora nem o momento d'eu perder minha virgindade de McDonalds....hahaha

 

Ah, claro, enquanto estava com eles a Laura me ligou avisando que iria para São Carlos no mesmo ônibus que eu ia também. Mais uma adorável coincidência. E ela não ia só, a Natalie, nossa amiga de faculdade e que mora em Itu, iria também. Sensacional. E lá fui eu para minha última estação...

 

4° Estação - Estação Final: Rodoviária de Campinas, 21h30, encontrar com a Laura e a Natalie.

 

 

Esse foi o encontro mais surpresa do fim de semana. Cheguei à rodoviária a tempo de comprar a passagem para São Carlos e encontrei minhas duas amigas mais um amigo delas. A Nat estava quase desabando com dois potes de suco e lanches que ela tinha ido buscar no Bobs (essa crônica está cheio de propagandas, que isso...rzz). Conversamos, conversamos, conversamos e corremos para pegar o busão. Foi muito rápido, nem deu para falar muita coisa e dentro do ônibus ficamos distantes.

 

Mas aconteceu que eu não percebi que o ônibus havia chegado em Sanca e que já havia passado meu ponto. A Laura me ligou e avisou. Estava tão feliz relembrando tudo que havia passado que nem percebi que a viagem acabara. Aí desci com a Laura e ficamos conversando durante horas.

 

A Laura foi desabafar comigo sobre coisas horríveis que aconteceram com ela. Foi o momento mais triste da viagem. Ela sofreu muito nos últimos dias e eu não estava sabendo de nada. Ela me contou que seu melhor amigo havia acabado com a amizade deles de anos e que ela estava arrasada com a forma que tudo aconteceu. Foi muito trista. A Laura é muito forte, enquanto ela contava isso e outras coisas duras que aconteceram em sua vida ela não chorou, mas engasgou. Eu estava quase em prantos com toda a história, mas também tinha que ser forte para apoiá-la.

 

Acho que foi ótimo para nós dois, ela pode clarear um pouco sua mente e certamente foi um alívio desabafar todas as dores que sentia, e eu pude repensar minha vida e meus amigos. Se acontecesse algo parecido comigo eu ia ser a tradução da música da Maysa: "Meu mundo caiu... eu que aprenda a levantar...". Passei a amar e a valorizar minhas amizades ainda mais e fiquei feliz por poder ser amigo da Laura nesse momento.

 

A vida é assim, levamos tombos mas quando temos força e fé, logo nos levantamos e nos recuperamos.

 

Minha viagem só acabou mesmo no dia seguinte quando fomos almoçar. Daí me despedi da Laura e voltei para o buraco onde moro. E lá estava o corpo estendido no chão, morto, respirando, inerte e entregue às baratas.

 

E eu feliz, como há muito tempo não era. E felicidade, pode ter certeza, atrai felicidade. Durante essa semana recebi duas notícias ótimas sobre minha vida profissional e de estudante. As coisas estão começando a acontecer, está tudo em movimento em minha vida. E eu estou entregue a esse movimento também.

 

O que virá daqui em diante? Não sei, mas se esse fim de semana foi o marco inicial e como ele foi como foi, então acho que só posso esperar o melhor. E mesmo que apareçam sombras, sei que agora estou mais forte e feliz. Esperando o próximo capítulo desse seriado maravilhoso que é minha vida.

 

Ah, meus 25 anos estão acabando... Um ciclo de 1/4 de vida encerrando.. Eu gostei dessa época e estou ansioso para a próxima fração de 2/4....

 

E para encerrar, encontrei esse recado da minha prima para a irmã dela no Orkut. Resume bem como foi meu encontro com todos os amigos nessa viagem. Foi bem assim mesmo:

 

"Fala pra mãe que ontem o Rubens teve aki em casa - pasme!!!

Ele me ligou e falou: to aki!

Eu disse: vem aki!!!!!!!!!!!!

E ele veio!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!"

 

 

É isso aí. E você, amigo leitor querido e silencioso, só tenho uma coisa a te dizer depois dessa longa história: permita-se ser feliz também, entregue-se sem medo ao destino, tenha fé e cultive suas amizades. Amigos não são fáceis de conseguir e se você os tiver dê graças aos céus e os ame de verdade. Porque como disse Guimarães Rosa:

 

Amizade dada é

 

 

rzz... tinha que acabar com mais uma propaganda, é claro!!!

 

A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

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publicado às 21:04

Diz-me com quem andas... Parte 03

por ornitorrincoquantico, em 04.07.09

Ronaldo Alves (Juninho)

 

 

Esse eu conheço do berço (me sinto um idoso...rzz). Quando a mãe dele estava grávida eu tinha entre 5 e 6 anos e nós morávamos na mesma rua. Minha mãe ia sempre lá e eu sempre acompanhava. Lembro qdo ele nasceu, do seu berço, qdo começou a engatinhar, balbuciar, falar, andar e quando queimou a perna na água quente (ele ganhou uma mancha que tá na perna dele até hoje). E quando já tava um pouco maior, correndo de motoca pra lá e pra cá, nos tornamos amigos. Um dos poucos amigos que tive da rua.

 

Ia sempre à sua casa e ele na minha. Brincávamos de tudo: pique-pega, corrida, bola, carrinho, peças de montar, esconde-esconde... e tudo o mais que nossa imaginação poderia sugerir. E fomos crescendo juntos... eu sempre na frente com nossa diferença de 6 anos.

 

Quando ele ganhou um irmão e um vídeo game foi muito bom, nos víamos praticamente todos os dias. Ajudava a olhar seu irmão e o ajudava nas primeiras lições da escola. E toda tarde era sagrado, tínhamos que assistir Cavaleiros do Zoodíaco. Confesso que eu nunca fui fã, mas gostava de ouvir ele contando como era e as brincadeiras que a gente inventava com isso. Eu sempre como Cavaleiro de Leão, claro...hahaha

 

E como éramos viciados em vídeo game!!! Eram horas e horas de super mário num velho nintedinho. E como não tínhamos um super nintendo, às vezes partíamos em peregrinação a procura de alguém que tinha para jogarmos Street Fighter e Mortal Kombat.

 

Quando comecei a trabalhar diminuímos nossas brincadeiras, mas nessa época surgiram duas coisas viciantes: Kinder Ovo e Tazo dos Salgadinhos Elma Chips. Tenho as coleções dos dois até hoje. Passávamos horas batendo tazos e trocando repetidas. Também trocávamos muitas figurinhas de chiclete e chocolate Surpresa.

 

 

 

 

 

De vez em quando íamos ao cinema. E todo mundo perguntava se éramos irmãos. Até hoje sempre perguntam se sou irmão de vários amigos meus. Pra mim isso será sempre uma honra, porque tenho uma única irmã e 10 anos mais velha, quando moleque morria de vontade de ter irmãos da minha idade pra brincar. Não tive, mas até hoje conquistei muitos do coração.

 

O tempo passou, foram aumentando os dígitos da idade, eu segui um rumo, ele se mudou com a família para outro bairro e aí passamos a nos ver apenas de vez em quando. Mas ele é ainda um grande amigo e irmão, alguém muito importante em minha vida. Ele teve mais um irmão e eu fui convidado para ser seu padrinho, o que me deixou muito feliz.

 

Ver o Juninho é como rever minha infância. E como cresceu o moleque. Meses atrás ele me cumprimentou na rua e eu nem reconheci, ficou muito diferente. Mas está bem e trabalhando, fico feliz por ele. Falta só estudar!!! Nunca consegui fazer essa criatura tomar gosto pelo estudo e leitura. Mas não importa, o importante é que é um rapaz ajuizado (eu espero!!!hahaha) e bom filho. Sua família é ótima, os considero da minha família também.

 

Preciso chamar ele pra bater tazo, será que ele aprendeu a ser ninja que nem eu???...hahaha

 

Nadja Prado (Jezabel)

 

 

A Nadja eu não conheci "presencialmente" até hoje, mas já somos amigos virtuais há 7 anos. É uma grande amiga e uma prova de que:

 

1- Sim, podemos ter amigos virtuais e eles serem tão importantes quanto os presenciais;

2- Pra amizade não tem idade;

3- Pode existir amizade entre 2 pessoas com vidas, gostos e personalidade completamente diferentes.

 

Como ela mesma diz, Nadja tem uma língua afiada, é extremamente sincera. E eu AMO essa sinceridade dela, essa sua personalidade forte. Nunca brigamos nesses anos todos, muito pelo contrário. Ele me ajudou em momentos difíceis, me alegrou quando estava triste, riu comigo quando estive feliz. Festejamos juntos nossas vitórias e nos apoiamos em nossas quedas. Enfim, ela é um exemplo de amiga. Ela é o exemplo vivo do que avisa o Eclesiático: "Quem encontrou um amigo, encontrou um tesouro"!

 

Nos conhecemos numa lista e fórum de ex-tetemunhas de Jeová. Ela era uma delas. Por que eu estava nessa lista? Eu prefiro não comentar, não agora... é uma história complicada e difícil para mim. É que fui apaixonado por uma ex-TJ na adolescência e foi uma experiência um tanto quanto traumática. E quando conheci a Nadja estava numa época terrível, estava perdendo esse amor definitivamente e não havia ninguém para me apoiar.

 

Nessa lista tive o apoio de várias pessoas e a Nadja foi um dos mais especiais. Ela também vinha de uma experiência muito traumática e acabou que um apoiou o outro com o que podia. E superamos! A vida seguiu seu curso, aprendemos com nossos erros e mesmo depois continuamos amigos. Contei vários sonhos e planos pra ela e sempre foi muito companheira comigo. Trocamos fotos, recados, carinhos e compartilhamos juntos de um maravilhoso gosto cinematográfico. Amamos os anos de ouro do cinema e as divas da época: Marilyn Monroe, Greta Garbo, , Carmen Miranda, Rita Hayworth, Audrey Hepburn, etc.

 

 

 

 

 

E ela tem uma família linda, maravilhosa!!! Deus a abençoa muito, porque ela tem um brilho muito especial. É maravilhoso ser amigo de alguém tão especial.

 

Ela tem também muitas histórias maravilhosas de visões de naves alienígenas, casamentos pobres, viagens malucas... outra característica dela importante: seu bom humor. Dou muita risada com ela.

 

Ah, e ela AMA os animais de uma forma linda!!! Adora cães, gatos e todos os seres viventes. E ai daquele que maltratar um na frente dela. Ela quebra os ossos todos do diabo.

 

Quer conhecer essa campineira canceriana? Dá uma visitada no blog dela, clica aqui! Mas já aviso, não a provoque! O sangue de Naja e o espírito de Jezabel não perdoa mentiras, falsidade e falta de noção...rzz

 

Não leu a parte 2??? Então clica aqui que a gente volta correndo pra lá!!!

 

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publicado às 01:07

Sobre o amor...

por ornitorrincoquantico, em 12.06.09

 

Hoje é Dia dos Namorados no Brasil. Pra todos os lados que você olha vê propagandas e mensagens sobre esse dia e sobre o amor. Mas, não sei ao certo, tenho uma certa impressão de que o amor está morrendo.

 

A palavra amor está esparramada por todos os cantos, nas letras das canções, nas películas cinematográficas, no casal apaixonado da novela, nas letras dos livros e até mesmo no tempero da cozinha. Todos dizem "Eu te amo" mas, ao mesmo tempo, ninguém diz "Eu te amo".

 

Estamos todos muito ansiosos e ocupados. Repetimos tantas vezes uma palavra que perdemos o conceito dela, o seu verdadeiro significado. Ela se torna um clichê que usamos para disfarçar nossas angústias, mesmo sem perceber. Acontece com o amor o mesmo que acontece com a fé. As pessoas estão cada vez mais sem fé. Mesmo pessoas religiosas, que se dizem praticantes de suas religiões, acabam banalizando a fé e não se dão conta disto. As orações são repetidas inúmeras vezes até que chega a um ponto que ninguém se lembra mais o poder delas e do que está dizendo, "O pai nosso que estais no céu" vira uma frase, apenas, que repetimos, repetimos, repetimos... e daí? E onde fica a vivência, a prática da fé? Viver a fé não é saber de cor e salteado o que está escrito no livro de João e gritar para todo mundo que você sabe tudo o que está escrito lá e que então sua fé está conectada com Deus. Não está! Posso ser um ignorante agora, me desculpem, mas eu acho que Deus deseja muito mais que as pessoas "Vivam" a sua fé de verdade do que ficar presos a palavras apenas. O importante não é "decorar" o livro de João, por exemplo. O importante é "Viver" o que está escrito ali. Uso a bíblia como exemplo, mas o que eu digo é válido para qualquer religião. Decorar é fácil, mas viver... e o Homem é um bicho muuuuito preguiçoso, sempre vai optar pelo mais fácil.

 

E assim também acontece com o amor. Repetimos tantas vezes essa palavra e somos inundados diariamente através dos meios de comunicação que acamos deixando de acreditar e viver o que seria o amor de verdade. As pessoas estão se tornando a cada dia mais frias e quando tentam ser carinhosas não conseguem expressar o que sentem, porque é difícil, não aprenderam a ser assim. Ou, se aprenderam, acabam deixando de lado afinal no fim do mês tem conta pra pagar, tem que terminar o projeto que está realizando no serviço antes que o chefe dê uma comida de rabo, tem que correr com os filhos para dar tempo deles irem a todos os compromissos agendados... enfim, tudo tem que ser objetivo, nada subjetivo.

 

 

E o amor é uma trindade, ele abrange 3 aspectos em nossas vidas. De onde tirei isso? Do meu coração (ouvi 3 pessoas falarem isso ao longo de minha vida, parece que estes tipos de amor tem até nome, mas perdi a referência faz tempo, vivo apenas com esse conceito arraigado no meu ser).

 

Exite o amor mais famoso, que é aquele amor que sentimos por outra pessoa e que é profundo e nos faz querer ser e estar com o outro eternamente. Esse amor é tão forte que ele atinge todo nosso organismo, é como se ficássemos doentes. Só de ver a pessoa amada, ou sentir uma breve referência à ela, nosso cérebro enlouquece e perturba todas nossas células através da paixão. E esse rebuliço só termina quando finalmente conjugamos com o outro e nos doamos de corpo e alma. Aí tudo se acalma e finalmente temos uma alma pra compartilhar a nossa existência.

 

O segundo tipo de amor é o que sentimos pela família e pelos amigos (mas os amigos de verdade, não colegas). É um amor diferente, mas muito próximo do outro. Com ele sentimos carinho por pessoas que não escolhemos conhecer (família) e por pessoas que escolhemos mesmo que sem querer (amigos). Esse amor gera carinho, afeto, atenção e responsabilidade. Nos tornamos um pouco responsáveis por essas pessoas. É esse amor que colore nossa vida, descobrimos com ele que não estamos sozinhos e que podemos confiar em outras pessoas. E ele só se manifesta de verdade quando recebemos uma prova de confiança, quando a gente vê que a amizade é verdadeira e baseada em uma troca, um se doa ao outro sem esperar por nada além desse amor amigo. E esse amor faz um bem danado pra nossa saúde, é ele que nos mantém saudáveis. Pois se você está em crise, sabe que pode contar com fulano; se você foi traído, sabe que sua mãe sempre vai ter um colo pra você; você ganhou um prêmio, sabe que Beltrana vai comemorar com você; você está sozinho, vai ter sempre aquela pessoa especial pra te ouvir no MSN; se você descobriu que está doente e é muito grave, um monte de abraços irá te confortar e o que era pra ser doloroso acaba abrandando.

 

Finalmente temos o terceiro tipo de amor. É o nosso amor social. O amor que sentimos por todo o resto da humanidade. É o que nos faz ser solidários, querer ajudar a quem precisa, entender quem errou, dar apoio a quem sofre e você não conhece mas sabe que pode ajudar com um abraço, um carinho e uma fatia de atenção. Esse amor é como uma brisa, tão suave que quase nem percebemos. Mas provoca mudanças transformadoras na humanidade inteira.

 

Então, para uma pessoa viver o amor ela tem que ter consciência destes três níveis de amor e buscar vivê-los e melhorá-los na sua vida diária. Infelizmente, poucas pessoas se preocupam com isso hoje. Muitos casais casam e se fecham para o mundo, eles podem até se amar de verdade, mas, se não viverem os outros dois níveis do amor, nunca conseguirão ser felizes plenamente porque vão sempre esperar do parceiro algo que não sabem o que é e que não está nele.

 

 

Muitos dizem que se amam mas na verdade só trocaram alianças por conveniência social. "Casei porque estava na hora de casar". "O amor não existe!" Realmente, pra quem nunca amou, o amor não existe. É difícil entender ele sem sentir e se a pessoa nunca se abre para esse sentimento ele nunca vai aparecer. Aí, a pessoa passa a vida toda procurando por algo que não encontra e tenta substituir essa falta com outras coisas, como o sexo pelo sexo e o dinheiro. O sexo e o dinheiro resolvem temporariamente, mas acaba rápido. A pessoa se torna um vampiro, quer sugar o sangue de diversas vítimas mas nunca está satisfeita. Com essa brincadeira ela acaba transformando muitas outras pessoas em vampiros também. Vira um círculo vicioso.

 

Pobre das almas que amam demais nesse mundo onde todos estão se fechando para os sentimentos. Já conheci muitas pessoas que amam muito e possuem um amor genuíno e extremamente puro. Eles sofrem porque nunca conseguem ser correspondidos. Como disse, as pessoas não acreditam muito no amor de verdade e quando elas encontram um ficam com medo e fogem. E quem ama ou fica sozinho ou não consegue manter seus relacionamentos por muito tempo.

 

Mas porque as pessoas fogem se todos dizem que querem amar e ser amadas? Porque é muito cômodo para a gente responsabilizar "alguém" pelas nossas amarguras. É fácil dizer "ninguém me ama", "ninguém faz nada por mim", "ninguém me ouve", "ninguém lembra de mim"... aí, quando a pessoa está triste ela usa essas frases de muleta para sua vida. E ela se acostuma a viver com essas muletas. Quando aparece alguém disposto a amar, a se doar a ela, a dar algum carinho, atenção ou simplesmente ouvir ela foge. Foge porque ela não poderá mais usar essas muletas, porque se usar na hora sua consciência vai lhe dizer que está errada e que o verdadeiro problema está...

 

..com ELA. Sim, esquecemos de nos conhecer e de nos amar também. Passamos muito tempo procurando coisas nos outros quando na verdade elas estão escondidas dentro da gente. Somente amando a gente primeiro, nos perdoando, nos aceitando como somos, nos respeitando, respeitando nosso corpo e nossa alma, nos valorizando, nos alegrando, é que estaremos aptos a viver toda a plenitude do amor.

 

E o amor é divino. Não existe amor que não seja divino, que não venha de Deus. Deus se coloca em nossa vida através do amor e quando amamos estamos em conjunção com Ele. Mas não pense que é fácil, se você se dispor a se amar e a amar, se prepare. Você será testado para saber se sua fé e seu amor são vividos de verdade ou se são apenas repetição de palavras. Você só sente essa dificuldade quando, por exemplo, se descobre amando alguém que não pertence ao seu mundo, fazendo amizades com pessoas de outros credos, culturas e tribos, quando é traído por alguém de sua família, quando ama alguém de outra religião, ou do mesmo sexo, ou mais velha, ou casada, ou de outra cultura..., quando você se depara com alguém monstruoso e que causou um grande mal a você, quando você se torna impotente... enfim, deu para perceber que dependendo as nossas atitudes frente a tudo isso são decisivas para mudar o mundo ou não. Se você aceita mudar, deve ter consciência de que o mundo irá te condenar, principalmente aqueles que querem controlar sua forma de pensar. Mas você deve ter a consciência sempre de que Deus está do seu lado e ele vai te dar todo o apoio possível e todo colo necessário. O seu exemplo, no final, é a grande dádiva divina e que ajuda realmente o mundo a ser um lugar melhor. Isto é válido até para os ateus verdadeiros, aqueles cuja fé afirma na não existência de Deus. Deus se orgulha da fé deles também. Mas isto é uma outra história...

 

 

"Carece de ter coragem..."

 

Complemento meu texto com um texto de Marcel Cervantes em seu blog Recanto das Letras, em referência ao livro Grande Sertão: Veredas de Guimarães Rosa:

 

"'Carece de ter coragem, carece de ter muita coragem...' – é o que diz o Menino em meio à travessia do Rio São Francisco para o pequeno e medroso Riobaldo. Eis uma das passagens mais belas e profundas do livro “Grande Sertão: Veredas”; passagem esta que selaria para sempre o seu misterioso envolvimento com Diadorim, figura ambígua em todos os aspectos que se possa imaginar, trazendo em si todo um universo de opostos, reunindo os extremos de um modo que desafia a razão e deslumbra nosso ser; “derramando pelas páginas do livro uma ambivalência que torna tudo possível” e insuflando na vida de Riobaldo algo que a aproxima de um verdadeiro mistério religioso. Diadorim é o ponto de apoio em torno do qual gira toda a história de Riobaldo; núcleo gravitacional que modifica tudo o que há no mundo, como se tudo existisse em relação a Diadorim – desde o pequeno manuelzinho-da-crôa, passando por Otacília, por Hermógenes e pelo próprio ser de Riobaldo, em suas múltiplas e variadas formas. Diadorim converte-se então em símbolo da completude, daquilo que é inteiro, uno, que sabe o que quer e não teme coisa alguma; canalizador do destino e da ligação de Riobaldo com o mundo sertanejo dos Gerais, como se fosse o caminho predeterminado do curso de um rio – desse rio chamado Riobaldo, que traduz tal situação para si mesmo pela expressão “amizade mandante”. [...]

Diadorim é alvo e meio ao mesmo tempo: o “amor de ouro”, o amor destinado, o amor que abarca e carrega de sentido a vida inteira, como se Riobaldo ganhasse forças para ser Riobaldo, para transformar-se em Riobaldo, não somente por ele, mas principalmente para ela – para Diadorim: o ela que se mostra como ele... “Diadorim é a minha neblina”; “Sabendo dele o senhor sabe tudo de mim”. Aliás, o próprio nome Diadorim revela-se ambíguo, não sendo nem masculino nem feminino – “é nome de passarinho?” Seu nome de batismo era Maria Deodorina; e há quem diga que a partícula “Deo” faz referência a Deus; da mesma forma que se poderia dizer que a partícula “Dia” faz referência ao Diabo... Não há como saber ao certo. “Tudo é e não é”. No universo de Grande Sertão, importa menos a conclusão final do que aquilo que se sente durante a travessia, pois é ali que está “o real”. Talvez se Riobaldo não estivesse tão certo de Diadorim ser um homem, ele pudesse reconhecer a verdade... E só para concluir os paradoxos: se Deus, na tradição cristã, é onisciente, onipresente e onipotente, então Ele próprio criou e perpassa o Diabo; ou seja, os dois convivem misturados: “O diabo na rua, no meio do redemunho”. A diferença é que Deus é a afirmação do todo; ao passo que o Diabo é aquele que divide'.

 

E também com duas músicas. A primeira é o "Hino ao amor", de Edith Piaf na versão de Maysa e, a segunda, "Deve ser amor"", do Kid Abelha. E que todos tenham um ótimo DIA DOS NAMORADOS, não só hoje, mas em todos os dias de suas vidas. E que não seja apenas o dia dos namorados mas que seja, principalmente, o dia do AMOR!!!!

 

 

PS: As imagens são do Tim Burton, vc pode enviar cartões do dia dos namorados com esses temas (pelo Facebook) entrando no site dele. Clica aqui!

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publicado às 19:50

Diz-me com quem andas... Parte 02

por ornitorrincoquantico, em 07.06.09

Larissa Andrade

 

 

Lembro até hoje da primeira vez em que a vi. Foi no primeiro dia de aula do cursinho, em 2005. Ela namorava um rapaz e estava ao lado dele, eu sentei na frente e na minha frente tinha um outro casal. Os 2 casais não faziam nada além de se acariciarem. E eu ali, no meio, de vela.

 

Nossa amizade demorou para acontecer. Enquanto ela namorava este indivíduo ela não falava com mais ninguém, nem olhava para os lados. Logo eu e meus outros amigos começamos a encontrar diversos defeitos nela. Ela era chata, metida, sem graça, magra demais e com uma voz insuportável de taquara rachada.

 

Mas isto foi enquanto ela namorava o cidadão, porque depois que se separaram ela se tornou uma outra pessoa e se aproximou de nós. No princípio ficamos meio com o pé atrás, mas é nossa característica sempre reavaliar nossos conceitos sobre alguém. E nessa reavaliação ela foi aprovada com louvor e entrou direto para o meu coração. Risquei todos os defeitos que achava dela, até a voz ficou mais doce. Ela é encantadora, muito meiga e carinhosa. E de tão fininha dá a impressão que vai se desmanchar no ar.

 

Parceirona de aventuras, topa qualquer parada com a gente, mas sempre com moderação. Tem um jeitinho e ternura impossíveis de descrever com palavras. Ela tem todo um ar de glamour e sofisticação mas adora o simples e é muito humilde. Tem muitas frescurinhas e reclama demais, reclama de tudo. Mas eu gosto tanto desse jeito dela que nem sei se posso classificar como defeito.

 

Momentos bizarros com a gente? Foram muitos mas o melhor de todos foi a vez em que fizemos um lual num fim de mundo e de repente começou a tocar uma lambada (a música tema de Tieta). Agarrei ela pela cintura e matei a saudade de dançar lambada. Foi cômico, quase quebrei os ossos dela. Ficamos tontos de tanto rodar. E o melhor (pior?) é que foi filmado. Veja:

 

 

 

Hoje ela namora o Peixe, que é um cara muito legal e trouxe muita felicidade a ela. E o melhor, ela continua nossa amiga como antes e o Peixe também se tornou um grande parceiro da gente.

 

Sinto muita falta do abraço dela! Sempre que vou a Passos preciso revê-la só por conta desse abraço maravilhoso e sincero.

 

Douglas Prado

 

 

O Douglas é outra amizade que nasceu no cursinho. Mas essa amizade deu trabalho. Foi difícil entrar no mundo dele, ralei pra conquistar sua amizade. Mas valeu a pena porque o considero praticamente como um irmão de verdade.

 

Nos tornamos amigos por sermos muito parecidos, apesar de sermos completamente diferentes e vivermos e conhecermos com pessoas muito diferentes. Mas acho que isso é uma característica de todas as amizades, pois se enquadra a todos os meus grandes amigos.

 

Nós adoramos cinema, tivemos uma infância muito parecida, nossos pais são muito parecidos e tem quase a mesma idade (o pai dele conheceu meu pai no passado), gostamos de muitas músicas em conjunto, brincávamos de tazoo na pré-adolescência, colecionávamos figurinhas de chiclete e chocolate surpresa, adoramos super nintendo, temos o mesmo tempermento, somos chatos às vezes, implicantes, somos super mega power teimosos (o que irrita mta gente)... e um mundo de outras coisas.

 

E no que somos diferentes é uma beleza, porque um ajuda o outro no que precisa. E o tanto que ele já me ajudou na vida? Nunca conseguiria retribuir na medida certa. Ele é um ótimo ouvinte e sempre teve muita paciência comigo (e não é fácil, porque eu sou muito complicado e complexo). Nossa, sempre que precisei ele foi me ajudar, podia estar super ocupado mas sempre arrumava um tempo pra ir na minha casa. Sempre me chamou pra sair e divertir nas noites em Passos. E já demos muitas voltas, e voltas e mais voltas pelas ruas da vida noturna de lá.

 

Enfim, foi amigo de verdade nas alegrias e também nas tristezas. Me animou quando estava desanimado, me fez rir quando estava triste e me motivou quando estava desmotivado. Mesmo em uma época em que eu estava perdido e fazia um monte de coisa sem sentido, ele nunca deixou de ser parceiro.

 

E ele é uma pessoa que tem muita dificuldade em expressar qualquer sentimento. Ele me dizia que não sabia o porquê de não conseguir deixar de ser um tanto frio com seus sentimentos e seus relacionamentos familiares, de amizade e amorosos. No fim das contas, ele me ajudou a ser uma pessoa mais sociável e eu o ajudei a ser menos frio com as pessoas.

 

Ele é uma pessoa muito querida por muita gente. A gente brinca que ele deveria ser político por conhecer tanta gente. Mas quantidade não é o mesmo que qualidade, e com a minha amizade e de toda nossa turma, ele acabou descobrindo como é bom ter amigos de verdade e o quanto é ótimo poder ser livre para ser feliz e se expressar. E acabei descobrindo que eu precisava me abrir mais para o mundo e que deveria ter mais coragem e confiança em mim mesmo. Deu pra entender o quanto nossa amizade é importante e rara?

 

Ele é minha salvação no Super Nintendo, sempre que tenho dúvida em qualquer jogo, mesmo os que ele não jogou, ele me ajuda e descobre todas as manhas.

 

Minha maior felicidade é que ele começou a namorar firme e está super feliz, além de estar fazendo faculdade. Antes seus relacionamentos não duravam nada e eram muito superficiais. Hoje fico feliz por ele estar feliz e realizado no namoro (embora ache que ele se afastou um pouco dos amigos, mas eu perdoo ele... :P )

 

Sempre que vou pra Passos ele me procura, até hoje, nem que seja pra dar um oi super rápido no portão da minha casa. Esse cara é demais!!!

 

Micos? Nossa, vivemos muitos, mas um inesquecível foi quando eu, ele e o Beto fomos pra Itaú uma madrugada e na volta tocou Unbreak my heart e eles me incentivaram a "interpretar" a música... o Douglas ainda abriu as janelas do carro e eu dando a louca de Tony Braxton na estrada... coisa ridícula...rzz

 

Também tivemos umas histórias com umas meninas de madrugada mas que prefiro não comentar...hauahuha...

 

PS Básico: certa vez, estava eu, Douglas e Beto na festa de aniversário da Carol (futuramente ela estará no "diz-me com quem andas" e vocês saberão quem é) e a mãe da Carol chegou para nós três e disse que tinha uma coisa muito importante pra nosdizer :

 

Para o Douglas (mais ou menos assim): Você é lindo, acho você um rapaz muito lindo, educado, gentil. Eu falo pra Calorine que ela tem muita sorte de ter um amigo como você. Você tem um rosto lindo, parece modelo, uma graça de menino...

 

Para o Beto: Você também é um gato Beto, dou graças a Deus pela Caroline ter amigos como vocês. Você é um moreno lindo, tem um porte de homem muito lindo, é muito alegre, divertido, animado. Você contagia a todos com sua beleza e energia.

 

Pra mim: Ai Rubens... você é tão... tão ÉTICO!!! Nesse momento ela foi interrompida pela gargalhada dos três... tá certo, eu sei que não sou bonito como eles. Mas sou ético, oras...rzz

 

Não leu a parte 1??? Clica aqui então que eu te levo até lá...

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publicado às 04:21

Chocolate Surpresa

por ornitorrincoquantico, em 07.05.09


 

Quando era pequeno, na época em que minha única preocupação na vida era saber a letra da nova música da Xuxa, eu vivia cercado por livros da minha irmã. Olhava aquele monte de livro e ficava admirado com eles. Queria entender o que aqueles risquinhos pretos queriam dizer e por que minha irmã se demorava tanto com eles.

 

Atormentava minha irmã para que ela me desse algum. De vez em quando ela me dava um ou outro já velho. E eu mergulhava neles no que eu conseguia entender: as imagens. A maioria dos livros que ela me dava eram didáticos e com diversas ilustrações. Então sentava no chão de terra batido do terreiro lá de casa, à sombra da goiabeira, e viajava no mundo daquelas figuras. Algumas recortava e colava em algum outro papel, mas muitas eu não tinha coragem, parecia ser um certo desrespeito com o livro.

 

De tanto olhar para aqueles livros não é que aprendi a ler? A primeira coisa que li na vida foi o logotipo da geladeira lá de casa: General Eletric. Minha mãe assustou-se quando viu aquela criança que ainda não ia à escola repetindo essa palavra.

 

 

"Onde você viu isso?".

"Ali, mamãe..."

"Mas não é possível. Você deve ter visto na TV".

"Não foi não, foi ali".

"Então me mostra".

 

Ela me pegou no colo, me levou até a geladeira e eu mostrei à ela. Ela chorou e começou a me mostrar pra todo mundo. Chamava os vizinhos todos os dias para que eu lesse a geladeira para eles. Depois, quando começou a exigir mais, pegando outras palavras, eu simplesmente desaprendi a ler. Não conseguia ler mais nada. Nem General Eletric.

 

Só voltei a ler no pré-primário. Fui o sexto da turma a ler. Foi num fim de mês de maio.

 

Quando voltei a ler, revi todos aqueles livros da minha irmã. Ela de início achou maravilhoso.  Quando li o Pequeno Príncipe ela achou inacreditável. Quando li O alquimista ela achou desaconselhável. Quando peguei Cem anos de solidão, ela tomou o livro de minha mão, achou absurdo. Não era para minha cabecinha de 7 anos. Ela então passou a me emprestar livros infantis. Eu gostava. Ler era o maior barato para mim, bem como desenhar e pintar.

 

Mas enfim, estou fazendo um rodeio enorme e ainda não entrei no que eu queria contar nessa crônica. Vamos lá.

 

 

Desses livros que eu tinha que eram da minha irmã, havia um que era de português da quinta série e continha vários textos para leitura e interpretação, todos ricamente ilustrados. Um desses textos tinha uma ilustração que adorava. Era um menino, com carinha de pobre, olhando, por trás de um grande portão de ferro, um outro menino, com carinha de rico, que brincava sozinho em sua casa. A história falava de como o menino pobre observava o menino rico e queria ser seu amigo, mas não sabia como, até que um dia, não me lembro porque (acho que por causa de uma bola que caiu no quintal do menino rico), eles acabaram se conhecendo e se tornaram bons amigos (depois de algumas divergências, claro).

 

Essa ilustração me marcou muito. Eu achava fantástico o olhar do menino pobre. Me reconhecia nele. Nessa época eu tentava fazer amizade com alguns meninos mas eles me tratavam mal, por sermos de universos muito diferentes.

 

Segui minha vida mas a imagem desse menino permaneceu na minha mente. Sempre que alguém se destacava em minha vida e eu tentava me aproximar para me tornar seu amigo, era como se eu fosse aquele menino atrás das grades. Queria me aproximar, mas não sabia como.

 

Na maioria das vezes não deu muito certo, afinal você não escolhe amigos, amizade nasce de uma forma inesperada, sem data, nem hora. Mas algumas poucas vezes deram certo. E dão certo até hoje. O que é maravilhoso.

 

Pois bem, novamente aqui estou eu, atrás de uma grade, olhando para um menino e uma menina incrivelmente distantes de mim. Elas seguram um caderno na mão, um escreve, o outra, desenha. Um brinca, o outra, recorta. Um sonha, o outra, molda. Estão próximos, mas não se conhecem. Apenas eu, que observo de longe, reconheço os dois. O que é difícil, está cheio de gente nas casas onde elas vivem. Muita gente, gente demais.

 

 

Mesmo assim não as perco de vista. Consigo escutá-las. Elas falam. Falam muito. Quando falam pouco eu dou um suspiro. Quando entendo o que elas dizem, fico feliz, porque elas dizem coisas que respondem minhas dúvidas mais profundas.

 

Faço então alguns aviõezinhos de papel e taco pra eles. O menino vê, sorri e me devolve grande parte. A menina nem liga.

 

 

Um dia, mas não no mesmo dia, eles olharam para mim. Foi logo quando eu cheguei nesse portão. Mas eles baixaram o olho e me evitaram. Minhas roupas estão realmente surradas, mas só fui perceber isso muito tempo depois. Aí já era tarde, não poderia mais tornar a olhá-los novamente olho no olho. Mas acho que foi isto que me motivou a não desistir deles. Deveria esperar para que eles desejassem me ver. Por que? Não sei, meu coração pediu. E meu coração pediu demais, disse-me que o universo precisava que a gente se unisse e brincasse um pouco. Não dá para brincar de stop ou barra manteiga sozinho, não dá...

 

E esperei. Esperei. Esperei mais um pouco. E os escutei. Escutei. E escutei mais um pouco.

 

E todo dia passou a ser assim: brincar pela manhã em casa, almoçar, correr para o portão, os observar um pouco, correr pra escola, brincar com meus amiguinhos reais, correr de volta pro portão e, por fim, voltar correndo pra casa.

 

Com o tempo, o menino passou a ser mais cordial, até se aproximou do portão. Então aproveitei e dei uma oferenda pra ele, ele aceitou e me agradeceu. Fiquei feliz. Mas depois aos poucos ele foi sumindo. Rasguei um papel e escrevi e desenhei algumas coisas e fiz um avião que joguei pra ele. Ele olhou o avião, dobrou e colocou no bolso. Voltou para sua casa.

 

E não é que um dia eu escutei a menina pedindo uma oferenda? Corri na casa dos meus amiguinhos para ver se eles tinham e encontrei na casa de um, que me deu de bom grado. Imediatamente corri de volta ao portão e gritei pela menina. Ela me ouviu e timidamente respondeu, sem entender muito bem. Eu disse à ela que tinha a oferenda que necessitava e joguei no quintal. Ela foi lá, catou e voltou correndo para dentro de casa. Antes, deu uma olhadinha no portão para ver se me reconhecia. Acho que lembrou de algo, mas não sabia o quê. Mas mesmo assim sumiu dentro de sua casa.

 

Eu continuei indo ao portão. Mas com menos frequência. Tive uma ideia pra que eles viessem falar comigo. Seria a última ideia a ser colocada em prática. Então corri pra minha casa e me tranquei no quarto. Botei a ideia em prática. Era uma ideia tão boa que usei também com outros amiguinhos meus. Eles gostaram, ou pelo menos eu acho que sim.

 

Agora estou a pensar: vale a pena? Poderia ocupar minha vida com coisas tão mais úteis do que com duas pessoas que nem sabem ao certo que eu existo. Mas quer saber? Eu acho que vale a pena, tanto pra mim, quanto pra eles. Sou muito novo para entender como as coisas do mundo funcionam, mas sei, bem dentro de mim, que eu preciso deles. E eles de mim. Como sei? Sei lá, como diria Chicó, só sei que é assim.

 

Também pensei que, caso eles me olhem nos olhos, se eu continuaria atrás do portão ou percorreria toda a distância que nos separa para de alguma forma sentir suas presenças. É, amizade é bom, mas exige muitas responsabilidades. Você realmente se torna eternamente responsável por aquele outro que ao mesmo tempo em que é igual a você é diferente também. E demora. Amizade é como uma planta, até ela deixar de ser semente, virar broto, crescer, virar árvore e dar frutos demooooora... eu tenho uma árvore que já tá com 18 anos, sei como é demorado e exige responsabilidade. Mas não há nada melhor que colher os frutos e saborea-los sob sua sombra.

 

Olha, vou ser muito sincero, não sei como termina essa crônica. Tenho medo de dar um fim à ela. Ela fala de mim mas tem a responsabilidade muito grande de falar de você, leitor, também. Essas três crianças representam coisas importantes em suas vidas também, eu acho. Eu só não sei qual das três crianças você é, mas, se você parar pra pensar um pouco vai reconhecer. Me apague da crônica e insira você. Transforme o menino e a menina no que você quiser, pode ser um emprego, um carro, uma amizade, um animal, um objetivo, enfim, o seu objeto de valor. Viu como as coisas começam a ficar mais claras? Não ficaram? Duvido que você tenha gasto seu tempo lendo essa crônica enorme se não tiver se identificado com algo. As explicações estão todas com você, não comigo. Eu apenas seleciono palavras e imagens, o sentido apenas a sua cabecinha pode dar.

 

 

 

Está bem, eu sei que você está ansioso pra saber o porquê dessa crônica se chamar Chocolate Surpresa. Como eu já sabia que esta história não teria um final convincente, resolvi finalizar com uma barra de chocolate que eu comia muito quando era pequeno. Eu colecionava todos os álbuns e figurinhas desse chocolate. E sempre que lançavam um albúm novo, eu juntava as embalagens e mandava para ganhar o álbum. E ficava numa ansiedade danada esperando pela chegada dele. Levava 35 dias para chegar. Eu controlava o calendário para saber quantos dias ainda faltavam. E esperava. Esperava. Esperava... Enquanto ele não chegava, eu saboreava o chocolate. Era delicioso e nunca mais fizeram nenhum chocolate tão bom quanto esse.

 

Entendeu? Não? Bem, não importa, como diria Clarice Lispector, não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

 

 


 PS: a autoria desta crônica é do Rubens menino. Eu acreditava que ele já havia crescido, mas descobri recentemente que não. E ele está me fazendo passar muita vergonha. Mas estou gostando. É bom recordar a infância de vez em quando.

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publicado às 02:28


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