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Baú de ideias malucas de Rubens Torres
Se você gostou de conhecer um pouco sobre Andy Warhol ano passado com os posts em que analisei alguns de seus quadros, não pode perder a oportunidade de ver de perto as obras desse importante pintor do Pop Art.
Andy Warhol, Mr. America
A Pinacoteca do Estado de São Paulo apresenta, na Estação Pinacoteca, exposição de Andy Warhol, um dos mais importantes e influentes nomes da Pop Art. Andy Warhol, Mr. America
De 20 de março a 23 de maio de 2010
De terça a domingo, das 10 às 18h Ingresso combinado (Pinacoteca + Estação Pinacoteca): R$ 6 ou 3,00. Grátis aos sábados.
Largo General Osório, 66 – fone 11 3337.0185
Aproveitem!!! =)
Agora vamos ler uma pintura muito conhecida do Warhol:
Marilyn
Este quadro se tornou o símbolo da Pop Arte e do trabalho de Warhol. Ilustra camisetas, propagandas, livros didáticos e uma infinidade de outros materiais. Se tornou o símbolo da massificação. Mas por que este quadro fascina tanto? Vamos começar descrevendo. A imagem está dividida em 9 quadrados, em cada quadrado a mesma representação feminina só que com cores diferentes. Warhol utiliza a mesma técnica dos seus outros quadros, a serigrafia (consulte as partes 1 e 2 para maiores informações).
Primeiramente, quem é a mulher que serviu de molde para a chapa? É atriz de cinema Marilyn Monroe (nascida em 01 de Junho de 1926 e falecida em 05 de Agosto de 1962). Marilyn é considerada até hoje uma das mulheres mais lindas e sensuais do cinema. Seus filmes foram grandes sucessos e se tornou uma verdadeira diva do cinema. A exploração de sua vida pessoal infelizmente acabou se tornando maior que o reconhecimento do seu trabalho artístico.
Seus casos amorosos tiveram grande repercussão, principalmente seu envolvimento com o presidente americano John F. Kennedy. Passou-se a explorar cada vez mais sua imagem de sensual e sedutora. Se tornara quase um objeto sexual da mídia. Tudo isso contribuiu para que ela se tornasse cada vez mais deprimida e solitária, culminando com sua misteriosa morte aos 36 anos, que até hoje não foi bem explicada.
Voltemos ao quadro.
A representação da Marilyn é sempre a mesma, o que muda são as cores. Todos os quadrados possuem o mesmo tamanho e estão num alinhamento perfeito, com uma leve distância entre um quadrado e outro, formando assim corredores brancos entre as figuras. Lembra muito um jogo-da-velha.
Este quadro é um exemplo marcante do quanto as cores nos passam sensações e percepções diferentes. Em alguns quadros as cores são tão berrantes que ela acaba ficando assustadora. No primeiro quadro seu rosto está num vermelho berrante com um fundo magenta vivo e contornos azuis. Essa composição grita aos nossos olhos, é difícil olhar para ele por muito tempo. O segundo quadro tranqüiliza um pouco, por usar cores mais claras, mas o vermelho do pescoço e o cabelo exageradamente amarelo quebram essa tranqüilidade. No terceiro quadrado a composição é ainda mais berrante que do primeiro, a cor verde escura destoa do vermelho do contorno e a imagem também possui uma distorção, como se a foto estivesse desfocada.
Quarto quadro, uso de um azul mais claro, tons cinzentos e um rosa na boca e em alguns detalhes, quebrando o frio que se forma a composição com a união do azul e cinza. Este quadro mostra uma Marilyn mais deprimida, sem vida e triste. O quinto quadro é bem mais nítido que os anteriores, porém o marrom do cabelo e o bege da face faz com que Marilyn aparente um certo ar de apatia. Em conjunto com os contornos em azul escuro e o rosa do fundo, cria uma certa barreira entre nosso olhar e ela, fazendo que afastemos a vista daquele centro. Sexto quadro, o fundo branco rosáceo aparenta uma certa tranquilidade, porém o cabelo amarelo, a face em ciano e os lábios em vermelho mostram que essa tranquilidade é ilusória, pois o rosto acaba nos remetendo a um cadáver.
No sétimo quadro as misturas de cores deixam o rosto de Marilyn desfigurado, agora mal conseguimos perceber seus olhos, boca e cabelos. Esse efeito se dá com o uso do ciano no fundo e também de ciano mais claro nos contornos, boca e olhos, juntamente com uma cor creme sem vida em parte do cabelo. No oitavo, o fundo usa um ciano mais vivo que o usado no sétimo e um magenta na face, com contornos acinzentados e parte do cabelo de um azul claro empalidecido. Alguns contornos vermelhos nos dão a impressão de desfoque e toda essa composição é provocadora aos nossos olhos, não conseguimos permanecer por muito tempo nela. No nono e último quadro encontramos a representação mais nítida de todas e isto se deve ao uso do preto nos contornos, o que cria um volume melhor na representação. O fundo rosa combina com a face branca rosácea, e os olhos e bocas também combinam com o fundo. O amarelo do cabelo não é forte e dá uma certa naturalidade. Apesar disto, o preto muito forte do contorno entristece o rosa e o branco rosáceo da face, nos passando assim a ideia de uma mulher sem brilho e sem vida.
Com essa descrição percebemos o seguinte:
- Existe uma grande oposição entre o feio e o belo na pintura, Marilyn é uma mulher reconhecidamente bela, porém, na pintura, em nenhum momento esta beleza se manifesta;
- As imagens possuem aspectos negativos gerados pelo uso das cores, o que faz com que nosso olhar não permaneça por muito tempo em nenhuma delas, pois todas são pertubadoras;
- Tudo soa como artificial no quadro, nada é natural. O próprio sorriso da Marilyn parece forçado, sem alegria.
Com isso, podemos dizer que Warhol critica a maneira como a mídia explora a imagem de uma pessoa. Novamente, como no caso da Liz Taylor, a pessoa por trás da imagem não importa, o que importa é manipulá-la da forma que quiserem, sem se preocupar com mais nada. Ela se torna um produto, que pode ser construído e manipulado de várias formas, mesmo que sem sentido, para ser posta a venda para o grande público. O que importa é que você aceite essa manipulação como uma verdade. Não importa que a figura se torne um monstro e destrua com toda a vida daquela pessoa.
Para eles, Marilyn não é uma pessoa, é um produto.
Warhol procurou exemplificar essa crítica reproduzindo o que a mídia e o mundo industrializado faz: reproduzindo o seu trabalho e o manipulando de diversas maneiras, para depois os vender em sua Fábrica. Já que tudo tem que ser industrializado e comercializado, se o mais importante é o bem material, então porque não transformar sua arte em produto também?
Pois a grande crítica de Warhol é: será que estamos industrializando e massificando a Arte também?
Pense nisso...
Warhol faleceu em 1987. Uma de suas frases ficou célebre no mundo todo e se aplica perfeitamente bem aos dias atuais: “In the future everyone will be famous for fifteen minutes” (No futuro todos seremos famosos durante 15 minutos).
Espero que tenham gostado de ler essas pinturas e conhecer um pouco mais da vida de Andy Warhol. Em junho selecionarei outro artista e outras pinturas para analisarmos.
Até lá!
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Dica Cultural:
Arte na França 1860 -1960: O Realismo
Apartir de 16 de maio até 28 de junho de 2009
MASP apresenta abrangente exposição do Ano da França no Brasil
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - São Paulo – SP.Maiores Informações: Clique aqui!
Essas reproduções que vemos de Liz Taylor como Cleópatra são iguais? À primeira vista diríamos que sim, afinal, como vimos anteriormente, foram feitas em cima de uma mesma matriz. É como se fosse um carimbo que foi molhado na tinta e impresso no papel diversas vezes.
Mas... parecem iguais. Não são! Vamos numerar as fotos para facilitar a análise:
Repare que algumas fotos são mais claras do que outras. É como se existisse uma luz posicionada ao lado esquerdo iluminando a composição. A foto 5 estaria mais próxima dessa luz enquanto a foto 15 é a que está mais distante.
Agora repare como essas fotos estão alinhadas na composição:
São 4 linhas, a primeira e segunda possuem 4 fotos cada e uma linha está alinhada com a outra. A terceira linha também possui 4 fotos, porém elas já não estão alinhadas com as linhas de cima, a foto quinze parece sobrepor parte da foto 11, no sentido da direita para a esquerda, formando um pequeno espaço vazio à direita.
Finalmente, a linha 4 visualizamos apenas 3 fotos e uma está sobrepondo a outra, formando um espaço ainda maior no lado direito. Repare na linha vermelha acima, ela mostra que se forma um vazio no lado inferior direito, resultado do afastamento das figuras das linhas 3 e 4.
As linhas 3 e 4 são as que estão mais distantes da luz, enquanto as linhas 1 e 2 estão mais próximas. Assim, da forma que as fotos são apresentadas podemos entender que essas fotos mais distantes da luz procuram se aproximar dela.
Agora vamos olhar com mais atenção a linha 2. O lado direito dessa linha é o que está mais iluminado na composição:
A foto 5 é a mais iluminada dessa linha, enquanto a foto 8 é a mais escura. Isso também se verifica nas outras linhas e também em cada foto. Observe:
Assim, verifica-se que nessa obra o lado direito é mais escuro enquanto o lado esquerdo é o mais claro.
Essa diferença de iluminação modifica o significado de cada foto. Observe novamente a linha 2:
Repare que a foto 5, por ser mais iluminada, deixa a sua composição mais limpa. Você quase não observa sombras e curvas do corpo de Liz. Seu corpo e beleza deixa de ser evidente. É como se ela se tornasse alguém sagrado, iluminado.
Já na foto 8 o corpo fica muito evidente pelas sombras. Repare como os seios se tornam mais volumosos, o olhar e a boca se tornam muito mais expressivos. E ela observa atentamente o lado direito, de onde recebe a luz.
Todas as fotos olham atentamente para o lado esquerdo, para a luz. É como se elas percebessem essa luz. Existe um desejo de alcançar essa iluminação.
Assim, identificamos a seguinte oposição:
CLARO x ESCURO
O lado escuro procura se aproximar do lado claro. Como vimos, isso fica marcado pelos seguintes aspectos:
- Linhas mais escuras se aproximam do lado mais claro sobrepondo-se sobre as outras fotos da linha e esvaziando o lado mais escuro;
- As fotos são mais claras do lado esquerdo, que é o mesmo lado de onde vem a luz que está fora da composição e o olhar do sujeito está em direção ao lado esquerdo.
O sujeito da foto (Liz Talor) percebe essa luz e deseja essa luz. Essa luz a tira da realidade (representada pelas sombras que dão volume ao seu corpo) e a transcende, a eleva para um outro plano (representado pela luz que limpa suas sombras).
Ela está em um plano negativo e deseja mudar para um plano positivo. Seu olhar está fixo nessa luz e quanto mais escura ela fica, mais ela deseja estar próxima dessa luz.
Cleópatra é uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade.
Elizabeth Taylor é conhecida como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos.
Nós conhecemos esse lado histórico delas e suas lendas e histórias a cerca de suas vidas íntimas. Por serem muito famosas, sempre surgiram diversos boatos sobre elas. Suas vidas foram vendidas e manipuladas de diversas maneiras. A mulher que elas foram de verdade, suas vidas, nunca foram de grande importância. O importante sempre foi o mito que surgiu em torno delas.
A sociedade as transformou em um objeto industrial, elas foram manipuladas, copiadas e reproduzidas da forma que se quis com os objetivos mais variados. A essência delas acabou sendo perdida em nome de um mito.
Warhol procura mostrar isso nesse quadro. Liz, ao interpretar Cleópatra, acabou sintetizando todo esse efeito de manipulação que se faz delas. A imagem delas foi reduzida à uma matriz que pode copiá-la inúmeras vezes. Mas por mais que se copiem e as usem da forma como quiserem, existirá sempre uma essência das pessoas que elas foram e são. E essa essência tenta sair do papel, tenta encontrar uma “Luz”. A luz representa essa volta a sua essência, onde elas eram livres e podiam ser elas mesmas e não esse mito.
Esse é o principal tema das obras de Warhol, o desejo das pessoas em reencontrar sua individualidade e o quanto nós transformamos pessoas em objetos que podem ser manipulados da forma que queremos e para satisfazer nossas próprias vontades.
Então, o que achou desse quadro? Conseguiu encontrar outras relações e questionamentos expressos nele? Se encontrar, compartilhe conosco.
Na nossa próxima análise continuaremos a observar a obra de Warhol. Iremos analisar uma de suas obras mais conhecidas:
Marilyn
Até a próxima!
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Dica Cultural:
Arte na França 1860 -1960: O Realismo
Apartir de 16 de maio até 28 de junho de 2009
MASP apresenta abrangente exposição do Ano da França no Brasil
MASP - Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand
Av. Paulista, 1.578 - Cerqueira César - São Paulo – SP.Maiores Informações: Clique aqui!
PS: se encontrar algum erro por favor me avise. Obrigado!
E começa aqui nossa aventura no mundo da arte através de leitura de textos produzidos por diversos artistas. Pela leitura de alguns textos selecionados iremos descobrir um pouco da vida deles e da riqueza escondida nos seus trabalhos.
E para começar...
Andy Warhol
Pequeno histórico sobre sua vida:
Andy Warhol
(Artista norte-americano)
6-8-1928, Pittsburgh, EUA
22-2-1987, Nova York, EUA
De acordo com o site Biografias, Andrew Warhol é o artista mais conhecido da pop art e um dos mais polifacetados desse movimento. Depois de estudar desenho, trabalhou como desenhista publicitário em Nova York. No final dos anos de 1950, já utilizava em suas obras motivos oriundos da publicidade, empregando tintas acrílicas.
E fez muito mais coisas. Mas isso deixaremos para depois. Primeiro vamos à primeira imagem que selecionei para análise.
Blue Liz as Cleopatra
1963
silkscreen ink and acrylic paint on canvas
82 x 65 in.
Courtesy The Daros Collection
Clique na imagem para visualizá-la melhor
Olhe com bastante atenção essa imagem. Demore o tempo que for necessário para tentar perceber o que está nela e o que grita aos seus olhos.
Vamos tentar descrever?
Pois bem, aparentemente vemos várias reproduções de uma mesma fotografia. E essa fotografia representa uma mulher.
Uma mulher qualquer? Não! Ela usa um cabelo característico de uma época. O cabelo dela serve então como guia para a gente determinar o tempo e o lugar representado. No caso, é uma mulher egípcia, pois até o título entrega essa informação. É uma representação da rainha egípcia Cleópatra. Mas existe uma outra informação no título, não é apenas uma representação qualquer da rainha Cleópatra, é a atriz Liz Taylor encarnando a rainha egípcia.
Vamos parar agora para fazer uma pequena pesquisa para tentar descobrir quem é a Cleópatra e quem é Liz Taylor. Vamos ver o que a Wikipedia nos diz:
Cleópatra VII Thea Filopator ([...] Janeiro de 70 a.C. ou Dezembro de 69 a.C. - 12 de Agosto? de 30 a.C.) foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu, general que governou o Egito após a conquista daquele país pelo rei Alexandre III da Macedônia. Era filha de Ptolomeu XII e de Cleópatra V. O nome Cleópatra significa "glória do pai", Thea significa "deusa" e Filopator "amada por seu pai".
É uma das mulheres mais conhecidas da história da humanidade e um dos governantes mais famosos do Egito, tendo ficado conhecida somente como Cleópatra – ainda que tenham existido várias outras Cleópatras além dela e que a história quase não cita. Nunca foi a detentora única do poder em sua terra natal - de facto co-governou sempre com um homem ao seu lado: o seu pai, o seu irmão (com quem casaria mais tarde) e, depois, com o seu filho. Contudo, em todos estes casos, os seus companheiros eram apenas reis titularmente, mantendo ela a autoridade de facto.
Elizabeth "Liz" Rosemond Taylor (Londres, 27 de fevereiro de 1932) é uma atriz anglo-americana. Filha de pais estadunidenses, mudou-se para os Estados Unidos em 1939.
[...]
Liz, como é mais conhecida, é reverenciada como uma das mulheres mais bonitas de todos os tempos; a marca registrada são os traços delicados e olhos de cor azul-violeta, emoldurados por sobrancelhas espessas de cor negra. Celebridade cercada por intenso glamour e diva eterna dos anos de ouro do cinema norte-americano, é uma compulsiva colecionadora de jóias [...].
E algumas informações importantes sobre o filme, de acordo com o site Adoro Cinema:
O diretor Joseph L. Mankiewicz (A Condessa Descalça) leva às telas a história da ascensão e declínio de Cleópatra, rainha do Egito. Com Elizabeth Taylor, Richard Burton, Rex Harrison e Martin Landau. Vencedor de 4 Oscars.
Cleópatra é o filme mais caro de todos os tempos. Na época de sua realização sua produção custou US$ 44 milhões. Se esta quantia fosse reajustada até em relação ao dólar em 1999, o filme custaria na verdade US$ 270 milhões.
É popularmente considerado um dos maiores fracassos comerciais de todos os tempos, apesar desta afirmação não ser verídica. Apesar de seu alto orçamento o filme conseguiu recuperar o dinheiro nele investido, vários anos após seu lançamento, sendo ainda uma das maiores bilheterias da década de 60.
Elizabeth Taylor foi o 1ª intérprete de Hollywood a receber US$ 1 milhão por um único filme, por sua participação em Cleópatra.
Pois bem, voltemos ao quadro de Warhol.
Mesmo que não soubéssemos o título da obra, já seria possível ao menos reconhecer que a mulher representada é Cleópatra, pois ela se assemelha com a imagem clássica que temos dela (e que você pode conferir acima nas informações sobre Cleópatra).
O que mais percebemos na imagem? As reproduções da Liz estão em preto num papel azul claro. Esse tipo de azul é conhecido nas artes gráficas como ciano. Com ciano, combinado com o magenta e o amarelo, é possível reproduzir todas as cores que conhecemos. É com essa combinação de cores, somado ao preto, é que se consegue a impressão de imagens em papel, tanto na indústria gráfica quanto na sua impressora.
E como Warhol pintou o quadro? Foi com a técnica que ele mais utilizava: a serigrafia.
Serigrafia ou silk-screen é um processo de impressão no qual a tinta é vazada – pela pressão de um rodo ou puxador – através de uma tela preparada. A tela, normalmente de seda, náilon ou poliéster, é esticada em um bastidor de madeira, alumínio ou aço. A "gravação" da tela se dá pelo processo de fotosensibilidade, onde a matriz preparada com uma emulsão fotosensível é colocada sobre um fotolito, sendo este conjunto matriz+fotolito colocados por sua vez sobre uma mesa de luz. Os pontos escuros do fotolito correspondem aos locais que ficarão vazados na tela, permitindo a passagem da tinta pela trama do tecido, e os pontos claros (onde a luz passará pelo fotolito atingindo a emulsão) são impermeabilizados pelo endurecimento da emulsão fotosensível que foi exposta a luz.
Você provavelmente deve saber o que é o Silk-screen, é aquele mesmo processo que usam para fazer uma imagem em camisetas.
Warhol gostava de usar essa técnica porque ela se aproximava do método industrial. Com uma mesma matriz, ele reproduzia uma mesma imagem várias vezes. Ele começou com esse estilo em 1961, usando imagens de produtos conhecidos e industrializados, como a coca-cola e a sopa Campbell's.
Em 1963 ele inaugurou um ateliê chamado The Factory (A fábrica). Lá, ele começou a fazer obras seriadas para venda e passou a usar como temas pessoas muito conhecidas e famosas no mundo todo. Muitas dessas pessoas eram artistas do cinema e TV e eram amigas dele, frequentando, juntamente com outras pessoas e artistas (em sua maioria pessoas consideradas desajustadas pela sociedade, por serem homossexuais, travestis, drogados, bêbados e fumantes, entre outros), A fábrica de Warhol com frequência.
E entre as várias telas que Warhol produziu em 1963, está Blue Liz as Cleopatra.
Esse foi nosso primeiro contato com o trabalho de Warhol. Na próxima semana darei continuidade a análise de Blue Liz as Cleopatra. Enquanto isso e levando em consideração o que foi levantado nessa análise até agora, volte ao quadro e tente ler o que está escrito. Existe alguma coisa sendo dita? As fotos de Liz foram feitas com a mesma matriz e deveriam ser iguais. Mas são iguais? Existe alguma relação entre o fato de Warhol iniciar seu estilo de pintura com produtos industrializados e a seguir mudar para pessoas públicas, como a Liz? Preste bastante atenção no que é representado na imagem, isso será importante para você conseguir fazer sua própria análise.
Olhe nos olhos de Liz.... Será que eles dizem alguma coisa pra você?
Até mais!
Referência:
O portal da História - Biografia: Andy Warhol. Disponível em: <http://www.arqnet.pt/portal/biografias/warhol.html>. Acesso em 03 mai 2009.
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